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Johannes Angermuller (2016): Análise de discurso pós-estruturalista. As vozes do sujeito na linguagem em Lacan, Althusser, Foucault, Derrida e Sollers . Campinas: Pontes.


Abstract:
Este livro de Johannes Angermu¨ller1, que ora traduzimos para o português brasileiro2, é bastante inovador. Fazemos tal asserção não somente pelo fato de o autor alemão tomar como objeto de reflexão o discurso intelectual francês pós-estruturalista, objeto este até então pouco explorado pelos discursivistas e humanistas em geral, tanto de lá quanto de cá do Atlântico, mas, sobretudo, por Angermu¨ller propor um modelo de análise do discurso que coloca num obstinado e aprimorado diálogo algumas das ferramentas linguísticas das abordagens enunciativas (dêixis, polifonia...) com mecanismos histórico-linguísticos da abordagem materialista do discurso (préconstruído, por exemplo). O diálogo proposto por Angermu¨ller além de ser um dos efeitos da virada pragmática nos estudos linguístico-discursivos, gerada no contexto francês do final dos anos oitenta do século passado, é a possibilidade mesmo de se abrir novos canteiros de trabalho no campo do discurso intelectual, pensando em um papel mais ativo e mais político [acrescentaríamos] dos sujeitos (autores e leitores, principalmente) na produção de sentidos. Além do mais, este livro do pesquisador alemão, atualmente professor na prestigiosa Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais de Paris, pode tomado por pesquisadores iniciantes e iniciados em questões do discurso a partir dos três capítulos que o constituem, por um lado, como um roteiro de pesquisa que pode ser aplicado a outros corpora acerca do discurso intelectual, independentemente da geografia em que esse discurso tenha sido engendrado, e, por outro, sobretudo o capítulo inicial, enquanto uma sofisticada e singular história da escrita da análise do discurso no contexto francês de meados dos anos sessenta até o início dos anos 2000 e, o capítulo dois como uma bela e em algumas passagens com uma escrita literária, teoria de leitura que defende 1 Johannes Angermuller tem trabalhado com o discurso intelectual francês desde a sua tese de doutorado, defendida em 2003 sob o título de «Prophètes» et «humanistes»: la conjoncture des sciences humaines et le champ intellectuel en France (1960-1980) dans l'analyse structurale et pragmatique. A tese foi dirigida em co-tutela pelos professores Eckhard Dittrich (sociologia) e Dominique Maingueneau (linguística) e levada à defesa nas Universidades Otto-von- Guericke Magdeburg e Paris 12. 2 Esta tradução em português foi elaborada a partir da versão francesa Analyse du discours postsructuraliste: les voix du sujet dans le langage chez Lacan, Althusser, Foucault, Derrida, Sollers impressa pela editora Lambert-Lucas em 2013 (uma versão inglesa foi publicada pela Palgrave em 2014). Ambas as versões estão baseadas em algumas partes modificadas do manuscrito original publicado, inicialmente, em alemão (Nach dem Strukturalismus. Theoriediskurs und intellektuelles Feld in Frankreich. Bielefeld: transcript, 2007). Agradecemos imensamente o apoio do editor (Bielefeld, Alemanha) que, gentilmente, cedeu-nos os direitos para a publicação no Brasil. o papel ativo do leitor na construção dos sentidos de um texto. É preciso dizer também que o presente livro possui ainda outro mérito que é o de não apenas aplicar as ferramentas enunciativas e discursivas a um determinado corpus, mas de fazer essas ferramentas rangerem. Como é caso, por exemplo, da noção de cenografia proposta por Maingueneau (1993) enquanto um mecanismo que está intimamente relacionado à cena genérica, mas que no entendimento de Angermu¨ller, neste livro, numa espécie de demão sofisticada do que propõe Maingueneau, é o leitor que constrói a cenografia associando os enunciadores dos enunciados a certos indivíduos ou a outra posição nos discursos. Todo o renhido trabalho de tradução foi realizado por pesquisadores que se inscrevem no campo do discurso, muitos destes a algum tempo trabalhando em suas pesquisas ou com as propostas do livro ou com uma análise de discurso de base enunciativa. Várias dúvidas de tradução foram sanadas pessoalmente com o Prof. Angermu¨ller, visto que dois dos tradutores realizam neste momento estágio de doutorado sanduíche com o referido professor na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais de Paris. Ademais, todos os capítulos passaram por uma criteriosa revisão técnica e são individualmente assinados. Nas referências bibliográficas deixamos os títulos em português somente das obras que já foram traduzidas. Se persistirem alguns problemas de tradução, por uma questão de coerência epistemológica entre o nosso fazer acadêmico e o livro que ora traduzimos, visto que acreditamos piamente no papel ativo e, sobretudo, político dos leitores, ficaremos muito gratos se os nossos leitores entrarem em contato conosco e apontarem tais problemas para que numa próxima edição tais imperfeições sejam minimizadas. Para finalizar esta nota, fica o nosso carinhoso convite para que os nossos leitores (re)programem, por meio de seu porfiado e político trabalho de leitura, por um lado, a organização cenográfica do discurso intelectual francês aqui analisado e, por outro, tomem a presente obra como inspiração para a realização pesquisas tomando o discurso intelectual brasileiro e/ou hispanoamericano como objeto de reflexão.
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